by Raffael Silva

Findaram-se os dias de folia e, mesmo com chuva insistente,
Houve quem - qual Sampaio - botasse seu bloco na rua.
Espalhadas nas boas do Rio, multidões aglomeradas
Pulavam, em poças d'água, o carnaval carioca.
Fantasiados com capas de chuva, plumas ou nada,
Nenhuma rua do Rio ficou parada.
É a hora do ano tardiamente começar no Rio...
Voltam as aulas, horas e ainda sim,
Celebram os foliões a vitória da mais bela.
O pássaro, que para no ar, pousou no primeiro degrau
E com o bico levantou a taça da campeã da passarela.
Na avaliação mais crua venceu a melhor...
E quanto a folia : chuva, chuva e mais chuva!!!!
No final dos 45 minutos do segundo tempo...
Um banco, um beijo e a vista do mar: tudo de bom pro ano começar.
Raffael Silva
by Raffael Silva

O relógio já marcava quase 5:00 am., e a mente Cody não parava de martelar.
Buscava um modo de saber como começar a falar, o que deveria dizer...
Tic-taqueando pensamentos e lembranças, buscando lembranças, as inventando.
O que sabia e era fato era a necessidade de mais um beijo.
Mas como pedir um beijo que você já deu e esqueceu o gosto?
Era esse seu tormento. Teria perdido a credibilidade, a memória, ou o caráter?
Confusões e junções faltosas de boas partes se misturavam a uma certeza inafiançável:
Não havia nada, além da vontade assoberbante, a fazer antes da folia.
Assim, nos próximos dias, tinha ele duas escolhas a fazer;
Uma história pra saber como tratar e duas ruas a seguir:
A sem sinais de trânsito e cheia de carros ou a estreita e sombria ciclovia.
Nessa folia de milhões de pessoas solitárias e ausentes
Coube a Cody aprender a esperar a poeira baixar.
Quem sabe assim, não consegue do gosto do beijo lembrar...
Raffael Silva